sábado, 31 de janeiro de 2009

Bolo de maçã e canela



Hoje é sábado, e como quase todo fim de semana, vou pra Congonhas, onde mora a família, tem quintais com hortas, pomares, frutas, fogões a lenha, tachos de cobre, as tias, mesas sempre postas. Mas, por acaso, hoje acabei não indo e resolvi então ir pra cozinha e experimentar. Fiz o bolo de maçã e canela, que está à página 70 do Quitandas de Minas, receitas de família e histórias, que na casa da Tia Áurea, já virou o bolo de toda tarde.
E improvisei um pouquinho, porque bruxa que é bruxa nunca segue totalmente as regras. Mas deu tudo certo.

Então, chamei a vizinha, prum chá de laranjas com bolo de maçã e canela. E ela nem esperou esfriar. Veja só... se você chegar depressa ainda tem um pedaço.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

... Sobre ingredientes usados nas quitandas: Araruta

Araruta

A araruta ou maranta (Maranta arundinacea) é uma planta arbustiva originária da América tropical, cultivada há pelo menos 7000 anos. Conhecida também como agutingue-pé, araruta-caixulta, araruta comum, araruta-palmeira e embiri, suas folhas têm forma de lanças, peludas na parte inferior. As flores são brancas e pequenas. Nascem solitárias ou em panículas terminais e o fruto contém sementes rugosas, de cor vermelho-pálida.

Segundo a sabedoria popular, a araruta tem vários usos medicinais. Considerada como um alimento de fácil digestão é recomendada a idosos, crianças pequenas e pessoas com debilidade física ou com restrições alimentares ao glúten (doença celíaca), o polvilho da araruta tem uma leveza inigualável. Por isso os biscoitos derretem na boca.

Nas receitas de produtos industrializados o polvilho de araruta tem sido substituído pelo polvilho da mandioca ou pela farinha de trigo ou milho. Porém, as donas de casa dos antigos cadernos preparavam suas quitandas, brevidades, mingaus e bolos, de araruta.


Crédito da foto: www.bibvirt.futuro.usp.br/

Em 1932, Noel Rosa, o maior compositor da Vila Isabel, e o letrista Orestes Barbosa fizeram o samba Araruta, que ficou inédito até 1983 , quando foi gravado pelo conjunto Coisas Nossas no disco: Noel Rosa inéditos e desconhecidos.










A letra do samba é esse:

Tu pedes
Mandando
"Faça o favor" a tua boca nunca diz.

Tu cedes
Negando
Com esses olhos que para mim são dois fuzis.

Sou mole,
Manhoso,
Teus impropérios retribuo com brandura
Pois água mole
Na pedra dura tanto bate até que fura!

Tu beijas
Mentindo
A tua boca beija e mente sem sentir.

Desejas
Sorrindo
Que o teu perdão humildemente eu vá pedir.

Não peço,
Espero
Ainda ver-te entre lágrimas bem mal.
Meu bem, escuta:
A araruta tem seu dia de mingau!

Biscoito de coco




Essa receita achei numa folha solta dentro do caderno da Vovó Naná. Estava escrita, com data e assinatura da tia Zoé. A data era 1922. Para a publicação no livro, quem fez a receita foi a Tia Imene e ela disse que é bem fácil de fazer, mas é um pouquinho trabalhosa. Acho que compensa, porque esse biscoito é uma delícia e fica lindo!

A foto é de Pacelli Ribeiro, um super artista que mora em Uberlândia, que fez todas as fotos que estão no livro.

Biscoitos de coco:
1 prato de coco ralado
1 prato de polvilho doce ou araruta
1 prato de açúcar
2 colheres (sopa) de manteiga
1 ovo
1 pitada de sal


Misturar tudo, amassando com o ovo até a consistência de abrir a massa. Sovar cada porçãozinha e abrir aos poucos. Cortar os biscoitinhos com forminhas próprias e diversas, com formatos diferentes. Pincelar com gema de ovo com um pouquinho de manteiga derretida. Colocar em tabuleiro untado e levar para assar em forno temperado.

Obs.: Se a massa estiver meio seca sovar cada porçãozinha na mão, abrir a massa e cortar os biscoitinhos.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

o que é quitanda para o mineiro???



Quitanda – palavra de origem africana (do dialeto quimbundo) kitanda, significa o tabuleiro em que se expõem as mercadorias diversas (gêneros alimentícios) de vendedores ambulantes ou em feiras livres.

No interior do Brasil é também o pequeno estabelecimento comercial onde se vendem ovos, frutas, verduras, cereais, materiais de limpeza e pequenos objetos da lida doméstica.

Além da definição acima, aplicou-se às comedorias ligeiras, em sua maioria de origem africana, mas desenvolvidas pelo gênio culinário das pretas velhas em colaboração com as sinhás-donas.

Na cozinha mineira quer dizer tudo aquilo que é servido com o café, exceto o pão: bolos, fatias, biscoitos, sequilhos, broas, sonhos ou aquela sobremesa especial, feita por produtos vindos dos quintais: o doce de leite, a goiabada com queijo, ou a compota de fruta que se oferece após o almoço.

... no SaborearBH

o blog Saborearbh, postado pela jornalista Patrícia Canarim,é um guia da gastronomia mineira bem completo. Lá você encontra dicas de restaurantes, receitas,curiosidades, eventos. O SaborearBH fez uma matéria sobre o Quitandas de Minas em out.2008, na época do lançamento do livro.
Confira: http://www.saborearbh.com.br/saborpalavras.php?id=79

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009