terça-feira, 30 de março de 2010

bolo de maça, aveia e canela

... sei, eu sei que você chega aqui querendo algumas receitas do Quitandas de Minas, então eu deixo hoje esse bolo super fácil e nutritivo.

Bolo de maçã, aveia e canela

1 xícara de açúcar
100g de margarina
3 ovos
3 maçãs descascadas e cortadas em cubinhos
1 xícara de aveia (flocos finos)
1 e ½ de xícara de farinha de trigo
1 colher (chá) de canela em pó
1 colher (sopa) de fermento em pó

Cobertura:
Açúcar
Canela em pó.

Modo de fazer:

Numa gamela, bater a margarina com o açúcar até obter um creme homogêneo. Juntar os ovos e a maça, misturando bem. Acrescentar a aveia e a farinha de trigo, sempre misturando. Juntar a canela e o fermento. Despejar a massa na forma untada e enfarinhada. Para cobertura, fazer uma mistura de canela e o açúcar e polvilhar com a massa ainda crua. Levar para assar por aproximadamente 30 minutos em forno médio pré-aquecido.


Ah... hoje é Lua cheia. À noite, chegue na janela ou dê um passeio pela rua, e auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu... uive.
Principalmente se você for acompanhar alguma procissão da Semana Santa! A de hoje é a procissão do Encontro. Sabe da história biblica? Pois é... nas cidades históricas mineiras você pode reviver esses momentos de magia e encantamento.

sexta-feira, 26 de março de 2010

20.000 visitantes!

Uau, que delícia!

Quanta gente!

Este blog que você visita, o Quitandas de Minas, atingiu hoje a marca de 20.000 visitantes. Pode ficar à vontade, você está em casa e é acolhido/a com o que os mineiros têm de mais generoso, a hospitalidade.

Tô tão feliz que tenho que contar: Meus visitantes, são de todos os recantos desse grande quintal que nos dá, além de todos os amigos, os mais nutritivos e saborosos frutos. E é dai que fazemos os doces, as quitandas, misturamos sabores, e nos deliciamos à beira de um fogão, ao redor da mesa. Mas, precisamos, todos nós, saber cuidar desse quintal, que é esse planeta chamado TERRA, mas que é mais água que tudo. Água que simboliza e é a própria vida e que está se esgotando...

Mas olha só: Aqui chegou gente que veio do:

Japão, Noruega, Congo, Polônia, França, Suiça, Panamá, Argentina, Espanha, Paraguai, Estados Unidos, Portugal, Reino Unido, Canadá, Bélgica, Holanda, Itália, Chile, Bolívia, Africa do Sul, Uruguay, Angola, Egito, Suécia, Rússia, China, Colômbia, Austrália, Moçambique, México, Zambia, Alemanha, Albânia, El Salvador,Nigéria, Cabo Verde, Guiana, Dinamarca, Peru, Irlanda, Equador, Marrocos, Turquia, Porto Rico, Nova Zelândia, República Dominicana, Taiwan, ... além de muitos moradores do Brasil, principalmente de São Paulo. São bem-vindos, TODOS!

Se você está em um lugar que não disse acima, me diga, quero saber e te peço pra ajudar a cuidar da casa, tá bom?


E volte sempre. A casa é sua!


quinta-feira, 25 de março de 2010

Maçã do amor - receita


... e aprendi fazer maçã do amor em plena lua cheia com a mulher do dono do circo PAZ é AMOR, lá em São Romão, à beira do Rio São Francisco.


E fazer maça do amor é bem fácil, principalmente quando vai chegando a lua cheia. A lua cheia deste mês é daqui a 5 dias- dia 30, então, aproveite!

O importante mesmo é não deixar cachorrinhos pulguentos por perto, rs rs rs



Primeiro separe os ingredientes, que são:
6 maçãs
6 palitos de sorvete
1/2 xícara de chá de glucose de milho ( Karo )
2 xícaras de chá açúcar
4 gotas de corante vermelho
manteiga para untar uma base, que pode ser um tabuleiro, mesa de pedra, travessa.

Agora, mãos à obra:

Lave as maçãs e enxágue bem. Introduza um palito de sorvete perto do cabinho da maçã e separe.

Para fazer a calda: Coloque, numa panela, o açúcar e a glucose. Misture e leve ao fogo. Deixe ferver um pouco. Junte corante vermelho e deixe no fogo por mais um minuto e desligue. Agora é só passar cada uma das maças pela calda de forma a cobrir toda a maçã. Tire dessa calda quente e dê um choque térmico, mergulhando numa água gelada. Depois é colocar para secar deixar e esfriar e chamar a criançada para se lambuzar, ou voltar a ser criança, que é melhor!

Ai, você pode até uivar para a Lua Cheia, ainda mais sendo a Lua Cheia da Páscoa... nóoooooooo. rsrsrs




sábado, 20 de março de 2010

Maçã do amor - 1



... hum, falando de maçã lembrei que, há muitos e muitos anos, fui seduzida por um violeiro. Coisa de feitiçaria, me disse alguém, já que estávamos em São Romão, "terra da feitiçaria", à beira do Rio São Francisco. Lembro que era lua cheia, e tinha circo, encantamentos, rio, maçã e tinha também pipoca. Tudo muito mágico.

Foi mais ou menos assim:













"Não sei direito de onde ele veio, como apareceu ali, entre a gente. Só sei que foi em São Romão, onde a gente descobriu o circo, bem logo de manhãzinha.

À noite, nem sei de onde ele saiu, só sei que ele me puxou, atrás da lona do circo e me deu um beijo. Um beijo melado. Um beijo molhado, que eu achei meio esquisito e nem senti direito. Nunca tinha ouvido falar daquele homem, nem nunca tinha visto ele cantar. O moço do circo é que disse, que ia ter um show. Um show espetacular, com toda a tripulação do vapor. Eu fiz maçã do amor. E até um cachorrinho pulguento, desses bem feiozinhos veio beber a água do balde onde eu fazia as maçãs do amor, mais a Graça e a Lili, enquanto o circo enchia de gente e a mulher do palhaço fazia pipoca. E ele lá, aquele homem que eu nunca tinha ouvido falar...


... podexá, nem precisa perguntar. Eu volto com a receita da maçã do amor, que aprendi a fazer, no meio de todo aquele encantamento.


segunda-feira, 15 de março de 2010

A maçã


Mês de março é tempo de boa safra da maçã aqui pelos lados do Brasil.






Essa fruta tradicionalmente sedutora é também muito nutritiva.

De regiões temperadas, a maçã, que é um pseudo-fruto pertence à família Rosaceae. Muito saborosa, tem alto valor nutritivo: é rica em quercetina, contém vitaminas B1, B2, niacina e sais minerais como fósforo e ferro.

Recomendada para pessoas com problemas de intestino, obesidade, reumatismo, gota, diabetes, enfermidades da pele e do sistema nervoso; é também considerada uma espécie de escova de dentes natural. A sua casca seca é empregada como chá para purificar o sangue e como diurético. Para melhor aproveitamento das suas vitaminas, o ideal é consumi-la ao natural, com casca, pois é junto dela que estão a maior parte das suas vitaminas e os sais minerais.

E tem um ditado: Uma maça por dia mantém o médico bem longe... eu volto falando mais dessa sedutora pseudo-fruta!

quarta-feira, 10 de março de 2010

A pipoca

A pipoca é filha do milho, todos sabemos.

E, entre livros e panela, literatura e coisas da cozinha sempre fizeram um belo par, um casal perfeito. Como me disse Nélida Piñon, os personagens sempre têm fome, por isso encontramos tantos banquetes nos romances, ou personagens à beira da morte por não comer, como em Vidas Secas de Graciliano Ramos.

Rubem Alves nos brinda com um belo texto a partir da pipoca. É um texto longo, em se tratando de blogs, mas vale a pena.
Curta-o:

"As comidas, para mim, são entidades oníricas.

Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.

A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.

A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.

Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.

Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...

A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.

Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.

Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.

Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.

Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.

Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".

Texto de Rubem Alves, publicado no jornal Correio Popular, de Campinas- SP


sexta-feira, 5 de março de 2010

Milho creole


Já falei aqui do livro A Cozinha mágica da Márcia Frazão, grande e respeitada bruxa brasileira. Na página 141 desse livro encontrei o seguinte texto:

" para os navajos, o milho é a representação da vida e é usado como elemento purificador e estimulante do corpo e do espírito. Ele também é utilizado para bênçãos e rituais de fertilidade. Além de fazer parte do cardápio da tribo, o milho serve de garantia para que o alimento e a saúde estejam sempre presentes na vida de cada membro da comunidade. "

E ela ainda traz uma receita bem saborosa, que não é quitanda, mas tem o milho como ingrediente principal. Anote ai:

Milho creole

1 cebola média fatiada
2 pimentões verdes fatiados
2 colheres de sopa de manteiga
1 e 1/2 xicara de polpa de tomates
sal a gosto
4 xícaras de milho debulhado e cozido
1/2 colher de chá de pimenta do reino
1 colher de cha de páprica picante
1 e 1/2 xícara de queijo
cheddar, ralado

para fazer é só rofogar a cebola e os pimentões na manteiga. Adicionar a polpa de tomate, o milho, sal, a pimenta, a páprica e deixar cozinhar por uns 10 minutos. Acrescentar o queijo e quando ele tiver derretido, servir imendiatamente.

A Márcia ainda recomenda: acompanhar com espinafre reforgado e filé de peito de frango grelhado.

Vale deixar aqui uma observação: A
cozinha creole é aquela que faz lembrar os tempos da vovó, onde as coisas são preparadas para agradar paladar, para alimentar e para trazer prazer. É caracterizada também pela mistura de ingredientes europeus, africanos e das américas.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Bolo de Milho Verde

Essa receita está na página 68 do livro Quitandas de Minas, receitas de família e histórias, junto com mais umas tantas receitas que têm o milho como ingrediente principal. Lá no livro tem receitas de pamonha, broas, bolos, minguau, de canjica... montão. Deixo uma aqui pra você. Depois você vai ao livro e escolhe outras, tá.

Tão tá! ;-)

Bolo de Milho Verde

6 espigas grandes de milho verde
2 xícaras de leite
2 colheres (sopa) de manteiga derretida
2 xícaras de açúcar
4 ovos
1 colher (chá) de canela
1 colher (sobremesa) de fermento em pó

Modo de fazer:

Cortar as espigas e moer os grãos no liquidificador com um pouco de leite. Passar pela peneira. Juntar os ovos, o açúcar, a canela, a manteiga, batendo até ficar uma mistura homogênea. Acrescentar o fermento. Colocar num tabuleiro untado e levar ao forno por aproximadamente em 40 minutos.