domingo, 28 de novembro de 2010

Arroz doce de Santa Bárbara

Quando estava fazendo minha pesquisa para a feitura do Quitandas de Minas recebi da amiga Marli Bicalho, de Santa Bárbara, uma apostila que ela e outras professoras fizeram com alunos das quartas séries do Ensino Fundamental da Escola Estadual Dom Bosco.

A iniciativa é super louvável porque além de resgatar sabores da região, valoriza as famílias das crianças e a auto-estima da comunidade, preserva costumes, sabores e memórias, além de aguçar nas crianças a vontade de descobrir e apreciar as texturas e gostos dos alimentos. Isso tudo além de resgatar as histórias da elaboração de cada um dos pratos apresentados.

Essa receita recolhida pela Marli veio da Rita Carneiro Araújo, conhecida como d. Nenen. No seu relato, ela diz que a receita traz lembranças da mãe, que fazia arroz-doce todo domingo num tacho enorme e que era servido à família (ela, d. Nenem e seus 16 irmãos) depois da missa. Isso lá em Santa Bárbara. A receita é uma das quase 400 do Quitandas, e está à página 148. O crédito da foto é de Pacelli Ribeiro.



Arroz doce de Santa Bárbara

1 litro de leite
1 lata de leite condensado
1 medida (lata de leite condensado) de arroz
1 e ½ litro de água
Canela em pau e em pó.
1 pitada de sal
2 gemas
4 colheres (sopa) de açúcar

Cozinhar o arroz com água. Depois de cozido colocar o leite, o leite condensado, o sal e a canela em pau. À parte, bater as gemas com o açúcar até ficar bem cremoso. Misturar ao doce. Polvilhar com canela e deixar esfriar.


O mais legal disso tudo são as histórias que vem juntas às receitas, não é?

sábado, 20 de novembro de 2010

Pavê de manga

Como a época é de manga e nós temos mangueira por quase todos os quintais, praças e nas ruas das grandes ou pequenas cidades, deixo mais uma receita com essa delicia nutritiva, que descobri e adaptei.


Pavê de manga
eu resolvi fazer um pavê diferente misturando um pouco das receitas que encontrei. Vou deixar aqui a que fiz:

1 manga grande
1 lata de leite condensado
1 lata de leite
1 colher (sopa) de maisena (ou amido de milho)
1 gelatina em pó e sem sabor
1 pacote de biscoito champagne
umas folhas de hortelã


Fui fazendo tudo meio simultaneamente:
Coloquei num refratário médio uma camada de biscoito e molhei um pouco com leite.

Dissolvi a gelatina conforme recomenda a embalagem. Reservei. Descasquei a manga, piquei e coloquei no liquidificador. Separei uma palinha para usar de enfeite. Antes de bater, juntei a gelatina e algumas folhas de hortelã. Bati e despejei um pouco sobre a camada de biscoito que estava no refratário.

Coloquei outra camada de biscoitos. Enquanto isso, coloquei numa panela o leite condensado e o leite e a maisena e levei ao fogo para engrossar. Fiquei mexendo para não queimar. Quando achei que estava numa consistência boa, despejei sobre os biscoitos fazendo outra camada de creme.

Depois, mais uma camada do creme do liquidificador com a manga e a hortelã, mais uma camada de biscoito e a última com o creme branco, que conforme você pode ver na foto, não cobriu todo o biscoito, mas tudo bem, não atrapalhou em nada o sabor. Depois disso, passei o plástico filme e deixe dormir na geladeira.

E comi depois do almoço do dia seguinte. Ficou muito bom! hum.... Mais tarde a Marilene também comeu e aprovou total, só sugeriu que eu trocasse o biscoito (eu fiz com biscoito maisena, como você pode ver na foto) pelo biscoito champagne, que fica melhor. Pensei: - é verdade. E troquei lá na receita acima.

Ah, e tem mais: Nos dias que se seguiram eu continuei comendo esse pavê de sobremesa... ele foi ficando cada dia mais gostoso, mas claro, não durou uma semana.

Agora só falta você !


sábado, 13 de novembro de 2010

24º Festival de Jabuticabas de Sabará

Próximo fim de semana, dias 20 e 21 de novembro, a cidade de Sabará promove mais uma edição do FESTIVAL DA JABUTICABA.

O evento acontece na Praça de Esportes a partir das 10h, com ingressos ao preço de R$3,00.
Serão mais de 30 stands de derivados da doce pretinha: bombons, licores, geleias, bolos etc,
10 barracas da fruta in natura,
14 barracas de gastronomia diversa.

Acontecem também alguns FESTINS:

Jabutinata (serestas, poesia e produtos da jabuticaba) np Espaço Cultural e de tradições Grastronômicas, no bairro Adelmolândia. (31) 3671-3241

Jabuticaba Gourmet (café colonial, almoço especial e jantar gourmet com pratos finas à base de jabuticaba) - Hotel Solar São Francisco - (31) 3671-3040

Primor do Quintal
- dia 27 de novembro - R. José Vaz Pedrosa, 175 Bairro Pompéu.
Prato de entrada, principal e sobremesa à base de jabuticabas preparadas pelo chef. (ingressos antecipados)

Mais informações: ww.sabara.mg.gov.br // www.turismosabara.com.br
Centro de atendimento ao turista: (31) 3672-7690 // 3671-1403


Volto falando mais sobre a manga, já que também é tempo dessa saborosa fruta! E eu não poderia deixar de trazer essa informação sobre esse evento genial, delicioso de Sabará, cidade tão perto de BH!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

manga com leite

Minha avó Maria, a portuguesa, mãe do meu pai, que morava perto do rio, recomendava que não se podia misturar manga com leite. - fazia mal, dava indigestão, podia até matar, realçava ela.

No quintal da avó de cima, a vovó Naná, as tias até falavam também, mas não se importavam muito. A manga era chupava, no pé mesmo, normalmente depois do almoço. Leite a gente tomava pela manhã, ou à noite, para dormir, então, nunca teve problema, mas o mito reinava: Manga com leite, morte na certa! A meninada ria. Hoje sabemos que isso não passa de um mito, que ainda se escuta pelo interior, aos pés das mangueiras carregadas e de meninos àvidos por experimentar a imortalidade.

Esse mito
foi criado na época da escravidão pelos senhores de terras e fazendeiros para fazer com que os escravos não misturassem manga e leite. Há uma teoria que diz, que naquela época o leite era um bem raro e caro. Outros dizem que era a manga a fruta na época nobre e ainda rara por aqui. O fato é que a crença ainda vigora por nossas fazendas e mentes, mas não passa de mito.

Os nutricionistas de hoje, ao contrário, recomendam a mistura.

A manga contém altos teores de ótimos nutrientes, como o betacaroteno e a pró-vitamina A - além de ser fonte de vitamina C e E, fósforo, ferro, cálcio, lipídios e proteína. O leite, por sua vez, é rico em proteína, cálcio, vitaminas A e D, riboflavina, fósforo e magnésio.

Moral da história: um coquetel de manga com leite garante fartas doses de vitaminas e sais minerais dos mais importantes para o organismo humano. Então, um sorvete nesse calor, vai bem demais!

Sorvete de manga cremoso

1 manga grande picada
1/2 litro de leite
1/2 litro de creme de leite
200g de açúcar
5 gemas
1 colher de (chá) de baunilha


Bater a manga no liquidificador com um pouco de açúcar formando um creme. Juntar o leite, as gemas e o resto do açúcar. Misture bem. Despeje numa vasilha e levar ao fogo, mexendo até ficar cremoso. Retirar do fogo, misturar creme de leite e a baunilha e levar ao congelador. Quando começar a congelar, retirar o bater outra vez. Repita esse processo ainda algumas vezes até o sorvete ficar bem cremoso.

E ai?


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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Geleia de Manga

Todo verão, quando as mangueiras estão à toda, não é raro conseguir de graça a saborosa fruta. Espalhadas pelas ruas da cidade grande, a mangueira faz sombra e purifica o ar; nas regiões litoraneas, exuberantes mangueiras também se exibem, refrescando a sensação de calor. Pelo interior do país, as frutas servem de alimentos não só aos passarinhos, mas a todos os animais.

Com tanta fartura, não consigo ficar imune: lembro que há muito tempo, de férias numa chácara na periferia de Goiânia, eram tantas a quantidade e variedades de manga que resolvi juntar tudo e fazer geleia com a única panela que tínhamos na casa. Foi tudo meio intuitivamente, sem receita, sem balança, mas rendeu bastante e deu o que falar. Ainda trouxe uns potes, depois de distribuir para vários amigos da cidade.

Outra vez, de visita à casa de um amigo, no Arraial d'Ajuda-Bahia, diariamente, jardim e quintal amanheceiam coalhadinho de mangas. Como a gente não conseguia consumí-las, meu amigo ordenava ao caseiro que recolhesse e jogasse fora. Inconformada com aquilo me propus a ir pra cozinha preparar a geleia. Comprei um saco de açúcar, alguns limões, peguei faca, um liquidificador e mãos à obra. Ainda retornei no outro dia pra fazer outra tachada de geleia de mangas. E podia repetir isso outros e outros dias.

A receita abaixo é uma das várias do livro Quitandas de Minas, receita de família e histórias, mas pra geleia de fruta, não tem mistério: é juntar a fruta, açúcar, um limão pra cortar o doce, um poco de água, colocar no fogo e deixar engrossar. Importante lembrar que cada fruta tem suas características e nem todas dão geleias com tanta facilidade. Se a fruta for rica em pectina é uma maravilha. Segue a receita que, no livro, está à página 154.

Geleia de manga
2 kg de manga madura
½ kg de açúcar cristal
Caldo de 1 limão
Água

Modo de fazer:
Escolher mangas maduras, lavar e descascar a manga. Cortar em pedaços, aproveitando os pedaços sadios (nem sempre a manga está toda boa, principalmente se tiver sido apanhada no chão). Bater no liquidificador com um pouco de água. Numa panela, levar ao fogo médio. Mexer sem parar até engrossar e atingir o ponto de geleia. Use sua sensibilidade!

Enquanto quente a geleia fica mole, mas quando esfria engrossa. Colocar a geleia em vidro esterilizado. Guardar em geladeira.

(as fotos foram feitas em Soure, capital da Ilha de Marajó, um lugar cheio de mangueiras enormes, maravihosas e búfalos soltos, que adoram suas sombras e seus frutos. Nesse caso, é claro, as crias botam abaixo a teoria de que leite e manga faz mal. ;-)))))