sábado, 31 de dezembro de 2011

Biscoito de Gengibre e coco


Achei essa receita em um dos meus livros e acho que fica muito gostosa. Ainda não experimentei. Gengibre é uma planta originária da Ásia, e que chegou no Brasil logo após o descobrimento, mas só fui conhecê-la já adulta. Da minha infância minha única lembrança do uso do gengibre é no quentão, das festas juninas. mas o gengibre é muito mais: tem sabor picante e pode ser usado tanto em pratos salgados quanto nos doces e em diversas formas: fresco, seco, em conserva ou cristalizado. Com ação bactericida, é desintoxicante e acredita-se também que possua poder afrodisíaco. Na medicina chinesa tradicional, por sua reconhecida ação na circulação sanguínea, ele é utilizado contra a disfunção erétil.


Chega de blá-blá blá e vamos à obra:


60 g de manteiga
1 xícara de açúcar mascavo
1 xícara de melado de cana
3 ovos
6 xícaras de farinha de trigo
1 pitada de sal
1 pitada de canela em pó
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 colher (chá) de gengibre em pó
1 colher de cravo moído
50 g de coco ralado.

Bater a manteiga com o açúcar mascavo bastante, até formar um creme. Misturar o melado e os ovos e continuar batendo. Acrescentar o fermento, o sal, o gengibre, o cravo, a canela e metada da farinha de trigo. Misturar delicadamente, formando uma massa homogênea, incorporando o restante da farinha aos poucos. Abrir a massa numa superfície lisa e enfarinhada. Cortar os biscoitos com o auxílio de forminhas. Colocar num tabuleiro (não untado) e levar para assar em forno quente por aproximadamente 10 minutos.


Aproveito a oportunidade pra desejar a todos os leitores desse blog um 2012 de muitas realizações, saúde e alegria!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Creme de Limão

Para fazer suas especiarias, que são usadas no Kitanda Brasil e também comercializados, TaneaRomão usa produtos orgânicos, cuidadosamente plantados em hortas comunitárias. Os ovos vêm de chácaras dali de perto, que pude eu mesma conhecer.

Segue uma receita desse creme de limão especialmente desenvolvida pela chef Tanea Romão, do Kitanda Brasil.



6 ovos
1/2kg de açúcar cristal (preferencialmente orgânico)
100 g de manteiga com sal
400 ml de suco de limão
Raspas de 1 limão


Modo de Preparo
Bater os ovos no liquidificador até dobrar de volume. Acrescentar a manteiga e continuar batendo por 3 minutos. Misturar todos os ingredientes e levar ao fogo brando, em banho Maria. Cozinhar até ter a textura de um creme (mais ou menos 40 minutos). Guardar em geladeira ou envidrar em vidros limpos e tampas novas. No caso de embalar em vidros, tampar os vidros, vira-los de boca para baixo por 5 minutos e coloca-los em uma panela com água quente acima das tampas e ferver por 20 minutos.

A Tanea explica: Esses cremes podem ser usados para cobertura de tortas, recheio de bolos, tempero para saladas e também como acompanhamento de carnes brancas.


A casa da foto é onde ficamos hospedadas: simplicidade e luxo, ao mesmo tempo.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Kitanda Brasil


Quando lancei o livro Quitandas de Minas, receitas de família e histórias em Congonhas, autografei um exemplar cuja dona chegou afobada, sorridente, cheia de histórias, contando que tinha conseguido o último exemplar numa livraria de São Paulo, que ia abrir um restaurante e que, por causa do livro Quitandas de Minas, seu restaurante iria se chamar Quitanda. Isso foi em 2008. Naquela correria de lançamento de livros, autógrafos, essa moça ainda me disse: quero te receber lá... e foi-se.

Nesse início de dezembro tive em Gonçalves, cidadezinha na fronteira Minas-São Paulo, incrustada na Serra da Mantiqueira com pouco mais de 4000 habitantes, a maioria na zona rural.

Cheguei numa quarta-feira à tardinha e fiquei hospedada na casa da Tanea Romão, proprietária do Kitanda Brasil, grafado assim, com K.

Além de me hospedar na casa dessa chef renomada, pude experimentar no Kitanda Brasil, um banquete de almoço, começando por um menú degustação de primeiríssima qualidade, com tempero exótico, ao mesmo tempo nacionalíssimo.

Tanea é
conhecida como "a mulher das especiarias" -veja matéria do Paladar- o suplemento gastronômico do jornal Estado de São Paulo-. A matéria diz que ela andou uns poucos tempos meio "fora de área". Estava era se especializando... fiquei sabendo. Além de me hospedar por lá, pude acompanhar sua produção de geleias, um dos seus produtos de venda e exportação (para empórios de São Paulo), que junto com os chutneys, cremes e temperos e sais condimentados dão às nossas comidas um sabor especial.

Se você ainda não conhece: vá passear em Gonçalves e entre no clima da região; montanhas, cachoeiras, gado nas encostas, casinhas entre verdes.

No Kitanda Brasil : entre, sente , converse, escolha umas das mesinhas externas. Peça o almoço do dia e deixe o tempo passar sem pressa. Você vai ser servido/a por meninas atenciosas, que explicam com atenção cada prato servido, além de ensinar como usar cada um dos potinhos mágicos.

Não à de graça que o Kitanda Brasil já tem o selo do Guia 4 Rodas para 2012.

Eu volto com uma receita especial desenvolvida e fornecida pela Tanea Romão.

Kitanda Brasil
R. Antonio Caetano Rosa, 217, Gonçalves, Minas Gerais, (35) 3654-1406




sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Pessegada

Fim de ano chegando e vem as lembranças das férias,
da meninada
chegando na casa da vovó, o tempo de chuva, de fazer doce na coberta. Às vezes era fumaça, chuva, tacho no fogo, ventania, tudo junto. A gente andava daqui pra lá, ouvindo um ou outro aconselhando: "Cuidado com a mudança de temperatura. Cuidado com o vento, você que está ai, pregada no tacho".
Uma das frutas dessa época mais gostosas é o pêssego. Lá em casa não havia muitos pés de pêssego. Que eu me lembre, havia um ou dois, ficavam logo depois do galinheiro.

Vovó apanhava, pelava, se estavam bons, sem bicho, fazia doce de compota. Se tinha muito bicho, limpava bem e aproveitada os pedaços bons do pêssego para fazer pessegada. Ficar sem essa delícia que a gente não ficava. A receita abaixo é da Tia Cecy, a grande doceira da família.


Pessegada (Tia Cecy, Entre Rios de Minas)

2 kg de pêssegos sem os caroços
1 kg de açúcar

Modo de fazer:

Depois de pelados e sem caroços é que se pesa. Aferventar para tirar o amargo. Trocar a água e deixar cozinhar. Quando estiverem cozidos, escorrer a água. Em seguida passar na peneira de taquara. Levar ao fogo junto com o açúcar e tomar o ponto da seguinte maneira: tirar um pouco na ponta da faca e deixar esfriar. Bater nas costas da mão. Se não pegar, está bom para despejar em caixetas forradas com papel manteiga.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Biscoito de Araruta

Nos tempos idos, a araruta era uma coisa fácil de encontrar nos armazéns, nas quitandas. Hoje em dia quase não se usa mais. Muita gente não sabe nem o que é ou, nunca ouviu falar.

Mas a araruta é uma planta que dá uma farinha muito fina e delicada e era usada para biscoitos finos. Como não tem entre seus componente o glúten, a farinha de araruta é indicada a quem tem a doença celíaca ou outra intolerância a esse amido.
De fácil digestibilidade a araruta é usada na produção de mingaus, doces, biscoitos e no engrossamento de molhos e cremes
.

Deixo uma receita de biscoito de Araruta, que copiei do caderno da minha avó e que está no livro que dá nome a esse blog: Quitandas de Minas, receitas de família e histórias

Biscoitos de araruta

1 prato de polvilho de araruta bem cheio

1 pires de farinha de trigo
1 xícara de gordura
2 colheres (sopa) de manteiga
Açúcar o quanto adoce (mais ou menos meia xícara)

Juntar os ingredientes numa gamela e amassar bem.
Fazer os biscoitos e levar para assar em tabuleiros forrados com folhas de bananeira, em forno brando.



foto de Pacelli Ribeiro, do livro Quitandas de Minas, receitas de família e histórias

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Biscoitos de queijo e coco

A primavera sempre traz umas chuvas, que dá aquela preguiça e a gente fica um pouco presa dentro de casa. Ai, como o melhor lugar da casa é mesmo a cozinha, vamos lá, de receitinha nova, de biscoito, que é sempre o melhor acompanhante de um café passado na hora. Ai, é só ajuntar os tios, a meninada e começar a prosa.

Biscoitos de queijo e coco

4 colheres (sopa) de açúcar
4 copos (200ml) de farinha de trigo
50g de queijo tipo parmesão
1 colher (sopa) de fermento em pó
2 ovos
2 colheres (sopa) de margarina derretida
leite, se precisar

Peneirar todos os ingredientes secos. Reservar. Bater os ovos e a margarina. Juntar aos ingredientes secos. Acrescente o leite e o queijo ralado. Trabalhe a massa até ficar macia, em ponto de enrolar. Faça bolinhaa pequenas e leve para assar em tabuleiro untado e enfarinhado, em forno pré-aquecido, até ficarem levemente dourados. Depois de frios passe-os na calda de chocolate e depois no coco.

Para fazer a calda:
½ colher (sopa) de maisena
1 e ½
colher (sopa) de manteiga
1 e ½
xícara de leite
¾
xícara de açúcar
3
colheres (sopa) de chocolate em pó
100
g de coco ralado seco

Dissolva a maisena no leite e juntar os demais ingredientes, menos o coco. Levar ao fogo brando, mexendo sempre, até começar a engrossar. Envolver as bolinhas nessa nessa calda de chocolate e, depois, no coco ralado. Esperar e servir. Ou se quiser, também pode congelar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bolo de coco e mandioca

Coco e macaxeira tem sabor do nordeste brasileiro, aqueles bolinhos vendidos em feira, aquele sabor particular. Nordeste lembra verão, férias... que delícia.

Esse bolo é bom pra comer qualquer hora, para mandar de merenda para a meninada, que ainda não está de férias e, claro, vai bem com o café da tarde.



BOLO DE COCO COM MANDIOCA

2 xícaras de açúcar
100 g de margarina
4 ovos (clara em neve)
1 xícara de leite de coco
2 e 1/2 xícaras de farinha de mandioca crua, peneirada
1 pitada de sal
1 colher (sopa) de fermento em pó

Numa tigela, misturar o acúcar, a margarina (ou manteiga)e as gemas até obter uma massa homogênea. Juntar o leite de coco e a farinha de mandioca. Bater bastante. Acrescentar as claras em neve, o sal e por último o fermento. Despejar numa forma untada e enfarinhada. Assar em forno médio, pré-aquecido por aproximadamente 40 minutos. Desenformar ainda morno.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Otto

Olá, olá seguidos desse Quitandas de Minas!
Você sabe que esse livro nasceu a partir do livro Quitandas de Minas, receitas de família e histórias, livro publicado pela Editora Autêntica e que tem muitas outras receitas.

Agora, está chegando às livrarias o meu mais novo rebento: Otto, meu primeiro livro de literatura infantil. O livro tem publicação da Editora Peirópolis
, ilustrações de Carla Irusta e está uma delícia, repara na capa!

O lançamento do livro OTTO acontece sábado, dia 05/11 na Livraia Quixote em BH (rua Fernandes Tourinho, 274 - Savassi ) e em São Paulo, dia 27/11, domingo, na Livraria da Vila da Fradique (rua Fradique Coutinho, 915 - Perdizes)


Estão todos convidados a conhecer as viagens do Otto.

sábado, 29 de outubro de 2011

Biscoito de rapadura

Rica em carboidratos como sacarose, frutose e glucose, a rapadura tem origem nas Ilhas Canárias e chegou ao Brasil por volta do século XVI.

É processada a partir do suco da cana de açúcar sendo uma ótima fonte de energia. Possui também proteínas, água e minerais como potássio, cálcio, magnésio, fósforo, sódio, ferro, manganês, zinco, flúor e cobre. Além disso, contém vitaminas A, B1, B2, B5, B6, C, D2, E e PP.


Dependendo do lugar, o nome varia: panelapiloncillo (México), papelón (Venezuela e Colômbia), chancaca (Bolívia e Peru), empanizao (Bolívia) ou tapa de dulce (Costa Rica).


Consumida principalmente no nordeste brasileiro, é base de muitos doces da culinária brasileira: do pé de moleque e outros tantos. Mas como na cozinha, quem não tem cão caça com gato e sempre surge uma receita nova, vai ai uma receita de biscoito de rapadura. O gosto fica peculiar!

1 rapadura média (700g)
3 colheres (sopa) de manteiga
1 e ½ colher (sopa) de fermento em pó
1 colher (sopa) de bicarbonato de sódio
1 copo de leite
2 copos de água
3 ovos
2 e ½ kg de farinha de trigo

Modo de fazer:

Colocar numa panela a rapadura picada com um pouco de água e levar ao fogo até derreter.
Numa gamela, colocar o bicarbonato de sódio, o fermento, a manteiga, depois a rapadura derretida. Mexer levemente. Juntar o leite. Misturar e deixar esfriar. Bater as claras, juntar as gemas e acrescentar à mistura. Adicionar a farinha, amassando bem até o ponto de enrolar. Levar ao forno, imediatamente, por aproximadamente 20 minutos em tabuleiro untado.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pudim de coco com laranja

Ainda usando o coco como ingrediente principal mando ver nessa delícia de sobremesa, agora acrescentando o sabor da laranja e tudo que ela traz junto: muita vitamina C, sais minerais (ácido fólico, potássio, cálcio, ferro, magnésio e fósforo) e o betacaroteno, que nos protege dos antioxidantes.
Vamos lá:

faça primeiro a calda usando:
1 xícara de açúcar
1 xícara de água

Queime o açúcar um pouco e acrescente a água, fazendo uma calda de caramelo. Coloque na forma e reserve.


Faça a massa do pudim com:
2 xícaras de açúcar
6 ovos (com as claras batidas em neve)
100 g de coco ralado
1 xícara de caldo de laranja
1 colher (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 colher (café) de raspa de limão

Misturar o açúcar, o coco, as gemas, o caldo de laranja, a manteiga, a farinha e as raspas do limão, misturando tudo. Adicionar as claras batidas em neve e misturar até formar uma massa homogênea. Despejar na forma redonda que está com a calda e cozinhar em banho-maria, no fogo, fechando a parte superior, Cozinhe em fogo baixo por aproximadamente 1 hora. Depois de cozido, desenforme e leve para gelar.

Devo confessar, não sou muito amante de pudins, mas esse aqui, com certeza me nocauteia pelo sabor. Se você fizer, me avise, porque quero um pedaço, combinado?

domingo, 9 de outubro de 2011

O coqueiro e a cocada de mel

Revendo minhas fotos do Arraial d'Ajuda, bateu uma saudade da paisagem , da praia, da tranquilidade e dos coqueiros...

Não se sabe se o coqueiro é originário das Américas, da África ou da Ásia. O fato é que essa planta abundantemente encontrada na região dos trópicos e na beira das praias, de quase tudo se aproveita. Principalmente dá um fruto que é muito apreciado e rico em nutrientes: o Coco.

Do fruto seco se faz cocada, doce tipicamente brasileiro, que serve de sustento a muitos brasileiros que a vendem em tabuleiros, feiras, praças; até butiques e lojas requintadas dos modernos shoppings. Claro, ela também é exportada a todo o canto do mundo. Com inúmeras variações, que depende de quem as faz, as cocadas, sempre tiveram fama e prestígio.
Fácil de fazer, segue então a receita de cocada de mel:

1 kg de coco ralado
250g de mel

clara de 6 ovos
1/2 kg de açúcar cristal
óleo para untar

Prefira comprar o coco seco, e ralá-lo, você mesmo. O resultado será muito mais saboroso. Coloque os ingredientes numa panela, misture bem e leve ao fogo, mexendo sempre até derreter o açúcar, a massa engrossar e ficar homogênea. Desligue o fogo e espere esfriar. Depois, retire colheradas dessa massa e vá colocando numa assadeira untada. Leve ao forno e deixe até dourar.

sábado, 1 de outubro de 2011

Bolo de aipim

A mandioca tem seu lugar de respeito na mesa brasileira, e não é de hoje. Aliás, ela já estava por aqui, quando chegaram os portugueses e a levaram para o resto do mundo: Ásia e África. No Rio de Janeiro a chamam de aipim, pelas Minas Gerais de mandioca, no nordeste de macaxeira apesar de variada a mandioca comestível pode ser branca ou amarela e ambas são muitíssimo apreciadas. A outra, a brava, somente para uso industrial, contém uma substância chamada linamarina, que é altamente tóxica.

Na linha dos bolos, um bolo de mandioca, aipim ou macaxeira cai bem com um café passado na hora!

Bolo de aipim

3 xícaras de aipim cru, ralado
1/2 xícara de água fervente
60 g de manteiga
3 ovos
1 vidro de leite de coco
1 patada de sal
áçucar a gosto
canela e açúcar para polvilhar

Numa vasilha, juntar ao aipim ralado, a água fervente e passsar por uma peneira para retirar um pouco da goma. Despreze essa goma. Acrescentar a manteiga e os ovos batidos, depois o leite de coco, o sal e o açúcar. Misturar bem, mexendo com as mãos. Colocar numa forma de bolo untada. Polvilhar com açúcar e canela e levar para assar em forno pré-aquecido por aproximadamente uma hora.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O mineiro e o queijo


Uai, cê sabe que o Quitandas de Minas, esse blog, é mineiro, né? Bem mineiro mesmo!

Mineirim da gema, como a gente diz por aqui. Cê sabe também que mineiro fala assim, comendo pedaços das palavras, dizem que porque no tempo da Inconfidência Mineira era preciso guardar segredos, falar entre dentes, não ser tão explícito. Talvez por necessidade de falar pouco, os mineiros começaram a escrever muito. Mineiros são bons de memórias e de literaturas. De mineiros memorialistas a gente tem um montão: Pedro Nava é o maior.

Na literatura, nem dá pra listar entre tantos poetas, contistas, cronistas, romancistas: Henriqueta Lisboa, Adélia Prado, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Fernando Sabino, Roberto Drummond, Murilo Rubião, Affonso Ávila, Silviano Santiago, Ana Elisa Ribeiro, Lúcio Cardoso, Adão Ventura, Antonio Barreto, Zuenir Ventura, Olavo Romano, Sérgio Fantini, Henfil ... vou parar por aqui, porque vim aqui foi pra falar de queijo.

Cê já viu mineiro sem queijo? Não existe.

Procê ter uma ideia, o primeiro livro que lembro de ter lido na minha vida foi o Rique Roque, um ratinho que queria beber a lua, porque achava que a lua era um queijo. Foi meu encantamento com as literaturas... até hoje vivo nesse encantamento.

Mas mineiro é bom de literaturas, de queijo e também de cinema: Humberto Mauro é mineiro de Cataguases, uai, vem me dizer que cê num sabia?
Acontece que Helvécio Ratton (diretor de: A dança dos Bonecos, Amor & Cia, O menino maluquinho, Batismo de sangue, Uma onda no ar) é de Divinópolis e acaba de fazer um filme sobre o mineiro e o queijo. O nome do filme é esse mesmo: O Mineiro e o queijo, que entra em cartaz agora em setembro, chegando com a primavera (23 de setembro) em Belo Horizonte e depois roda o Brasil, com certeza vai a Festivais de Cinema pelo mundo afora.

O filme O mineiro e o queijo foi filmado na cidade do Serro, na serra da Canastra e do Alto Paranaíba, onde o queijo minas continua sendo produzido como há séculos; feito a partir do leite cru, como os melhores queijos da Europa. Conta ao público como a técnica de produção artesanal de queijo chegou a Minas no século XVIII, trazida por aventureiros portugueses em busca de ouro.

Mas isso você não sabia: O queijo minas artesanal é um patrimônio ameaçado por leis anacrônicas e pelo lobby dos grandes laticínios.

De forma poética, o filme O mineiro e o queijo coloca na tela as opiniões de produtores, pesquisadores e técnicos sobre o impasse em que está hoje o verdadeiro queijo minas.
É um documentário de 72 minutos de duração

Clique no nome do filme e veja trailler, fotos, o que saiu na imprensa, ouça as trilhas sonoras e o mais importante: vá ao cinema. Na telona, as paisagens mineiras ficam mais bonitas e o sotaque acaba virando música no seu ouvido.

E atenção: Se você escrever pra mim rapidim, eu tenho dois ingressos pra assistir o filme de graça - Ói que bão! Fica assim: os ingressos são das duas primeiras pessoas que escreverem aqui nesse blog, que postarem comentário, combinado? Tá valendo já!


(crédito das fotos: as 3 primeiras são de Pacelli Ribeiro, o mesmo que fez as fotos do livro Quitandas de Minas, receitas de família e histórias, a de Helvécio Ratton é de Ricardo Lima e a dos produtores de queijo de Gilberto Otelo)

sábado, 17 de setembro de 2011

Suspiros


Você já fez suspiros??

Não é suspiro de gente com saudades, porque esse eu ando fazendo depois que algumas pessoas partiram, ou depois que comecei a entender as loucuras dos humanos, acho que no meu tempo de criança não tinha tanta corrupção... tenho uma saudade daquele tempo... Bom, suspiro é aquele docinho, doce que só, feito com claras de ovos, maravilhoso.

Minha receita era essa, que segue abaixo. Falta de ovos em casa nunca fora problema, tinha as galinhas, as soltas e as do galinheiro... é importante ressaltar
que os ovos devem ser de galinha caipira e que estejam em temperatura ambiente, senão não se consegue o ponto ideal do suspiro.

15 claras de ovos
1 kg de açúcar refinado
Raspas de limão

Modo de fazer:

Bater as claras em neve e ir juntando o açúcar aos poucos. Bater até a massa ficar bem consistente. Juntar as raspas de limão. Com uma colher, pingar num tabuleiro forrado de papel. Levar para assar em forno baixo.

Se você achou que é suspiro demais, diminua os ingredientes, proporcionalmente. Boa suspirada! Ai a gente até esquece da corrupção!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Goiabinha

Como esse gostoso biscoitinho não precisa ser feito na época da safra da goiaba, que é em março, abril, ele cai bem em qualquer momento, acompanhando um café, um chá e uma boa prosa de amigos. É bem fácil! Uma ideia pro feriado da Pátria, já que a goiaba é uma fruta super Brasil!

Goiabinha

2 xícaras de farinha de trigo
3/4 de xícara de manteiga sem sal
1 e 1/2 colher (sopa )de açúcar
150 g de goiabada cremosa
1 xícara de açúcar

Modo de fazer:

Misturar a farinha com a manteiga, o açúcar e amasse bem. Fazer bolinhas, achatar no meio e colocar um pouco da goiabada cremosa. Levar para assar em forno pré-aquecido a 180ºC por 20 minutos ou até que dourem. Retirar, deixar esfriar e só então polvilhar o açúcar
.


Servir, comer e fazer festa!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Bombom de jabuticabs

Pelas bandas de Minas Gerais, como está muito seco, as jabuticabeiras ainda não deram as tão queridas pretinhas...
Com as chuvas, seguramente elas chegarão, para alegria geral da nação, como dizia D. Pedro I.
Sei que lá pelas bandas do interior de São Paulo, já tem gente colhendo as jabus há muito. Sei, porque, por esse blog tem passado muita gente que já fazendo o licor de jabuticabas. E eu, aqui, só esperando, querendo...

O post que ensino o licor de jabuticabas é disparado o mais visitado desse blog.

Então, hoje, só pra atiçar minhas papilas gustativas, e as suas também, leitor e seguidor desse Quitandas de Minas, segue uma receita de bombom de jabuticaba, que deve ser feito com calma. Nada de pressa!

100g de coco ralado
1 lata de leite condensado
1 colher de manteiga
100 ml de leite de coco
100g e geleia de jabuticaba
250 g de chocolate em barra

Começar fazendo a massa, de véspera. Leve ao fogo o leite condensado, a manteiga, o leite de coco e o coco ralado. Misture até engrossar, soltar da panela, como um brigadeiro mole. Deixe esfriar e leve à geladeira de um dia para o outro. No dia seguinte enrole o doce e faça um buraco no centro, que deve ser recheado com a geleia de jabuticaba. Feche o doce e leve outra vez à geladeira. Em bando-maria, derreta o chocolate. Espere esfriar um pouco à temperadora ambiente, depois, mergulhe cada bolinha de doce no chocolate derretido. E voilá!
Bombom de jabuticaba!




quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Bolo de banana (mais uma receita)


A gente anda por ai, por esse mundo de Deus, por essas Minas Gerais, que são muitas sim, (é só andar pra comprovar o que disse e grande João Guimarães Rosa.) Vê e prova, todo dia uma gostosura diferente.

Cada pessoa faz de um jeito, uns colocam mais amor, como a Carmem que faz o melhor cubu de Minas Gerais, e
quando dá a receita, coloca amor na lista de ingredientes ; uns escolhem momentos especiais para fazer tal prato; outros têm um forno ótimo, ou uma força diferente de bater à mão; outros ainda têm o dom e tudo que faz fica maravilhoso, como minha amiga Junelise, que resolveu ir morar pelas bandas do sul do Brasil. E é ai (nessa variedade) que moram os "segredos da cozinha" : nos encantos de quem os faz.

Andando, descobri mais uma receita de Bolo de banana, essa fruta amada em todo o mundo, apesar de ser tropical e o Brasil ter de montão. Nem vou falar o tanto que é nutritiva, porque isso já andei falando por aqui.Então, sem delongas, segue a receita.

3 ovos
2 copos de farinha de trigo
2 copos de farinha de pão
1 copo de açúcar refinado
2 copos de leite
1/2 copo de óleo
1 colher (sopa) de fermento em pó
2 colheres (sopa) de margarina ou manteiga
bananas nanicas ou caturra
manteiga e farinha para untar a assadeira (ou forminhas)
canela

Bater no liquidificador os ovos, a farinha, o leite, o óleo, o açúcar e a margarina. Caso fique muito grosso, coloque mais leite. Por último, colocare o fermento. Despejar metade da misture numa assadeira untada e polvilhada com farinha. Colocar as bananas fatiadas por cima da massa. Polvilhar com canela e açúcar. Cobrir as bananas com o restante da massa e levar para assar em forno pré-aquecido até dourar. Você pode fazer também em forminhas individuais, com as bananas, nesse caso, ficadas em rodelas. Não tem erro. Bolo de banana é delicioso!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Bolo de casca de bananas

Atendendo a insistente pedido da chef Adriana Haddad, leitora assídua desse blog, publico uma receita que está no livro Quitandas de Minas, receitas de família e histórias, à página 62.

O livro já está indo para a segunda edição, graça a grande aceitação dos leitores, cozinheiros e cozinheiras, chefs e da gente como a gente, que se viu retratado ali. Ele também
foi a pedra fundamental da criação desse blog. Sobre a banana já falei aqui outras vezes, é uma das minhas frutas preferidas. Aproveitá-la inteira, por quê não???


Bolo de cascas de banana

2 xícaras de cascas de bananas maduras
4 ovos
2 e ½ xícaras de açúcar

3 xícaras de farinha de trigo
100 g de margarina
2 colheres (sopa) fermento em pó.
1 colher (sopa) de canela em pó para polvilhar


Modo de fazer:

Bater no liquidificador as cascas de bananas com um pouco de água e reserve.
Bater na batedeira a margarina, juntar as gemas,
o açúcar, as cascas batidas e a farinha.
Retirar da batedeira e juntar as claras em neve e o fermento,
apenas misturando. Untar o tabuleiro com margarina e polvilhar farinha de trigo.
Despejar a massa, polvilhando por cima com a canela.
Levar para assar em forno pré-aquecido, por aproximadamente a 15 a 20 minutos.

domingo, 7 de agosto de 2011

Bolo de café com chocolate


Café a toda hora, café de qualquer jeito, café pra acordar, pra dar forças. Um cafezinho vai bem a qualquer momento, esperar pra quê ? E com chocolae então? Ainda mais nesse tempo frio, de espera da primavera.

Sendo assim, vai ai a receita desse bolo de café com chocolate? Hummm ...

Uma massa cremosa, com caldas e cobertura. Segue a receita:


1 e 1/2 xícara de farinha de trigo,
2 ovos,
1 xícara de açúcar,
1/2 xícara de óleo,
1 xícara de chocolate em pó,
1/2 xícara de castanhas ou nozes,

1 xícara de café (coado) sem açúcar e bem forte.

Cobertura:

1/2 xícara de açúcar
2 colheres de licor de cafe
1/2 xícara de chocolate em pó

Calda:
1/2 xícara de açúcar refinado
1/4 de água
castanhas ou nozes trituradas


Modo de fazer:
Bater as claras em neve e reservar. Numa batedeira, bater as gemas, com o açúcar e o óleo. Acrescentar aos poucos a farinha, as castanhas e o café, batendo sempre até ficar homogêneo. Adicionar o fermento. Misturar as claras em neve bem devagar, delicadamente. Despejar num tabuleiro untado e levar ao forno para assar. Forno pré-aquecido, médio.

Faça a cobertura: Misture os ingredientes, leve ao fogo baixo, mexendo até engrossar. Cubra o bolo com essa cobertura e depois coloque a calda, que deve ser feita separadamente: derreta o açúcar ao fogo, coloque a água e as nozes. A calda vem depois da cobertura.
Se quiser, decore com grãos de café torrado.

sábado, 30 de julho de 2011

Pão de queijo

O nosso mineiro pão de queijo já anda até sendo exportado para a China. Mas o tradicional, o típico, o autêntico, o caseiro, o nosso mesmo é só pelas bandas de cá... você duvida?

Outro dia recebi a visita de uma amigo mineiro, que foi morar no Canadá. Ele contou que anda conquistando os amigos de lá com as quitandas daqui e resolveu fazer um pão de queijo pra mim, aqui em casa.

Foi ao supermercado, comprou lá o polvilho (nem sei se doce ou azedo) e uns pacotes de queijo ralado, que também nem sei qual tipo era. Abriu a geladeira, viu se tinha os demais ingredientes e pronto. Não adiantou nada.

No dia seguinte, quando cheguei em casa, senti o cheiro de pão de queijo. Pensei com meus botões: êba, pão de queijo da hora, quentinho. Vamos ver as habilidades desse mineiro/canadense.

Tenho que confessar, e ele que me perdoe: foi só desastre: o pão de queijo ficou duro, sem aquela típica elasticidade de um bom e autêntico pão de queijo. O cheiro era bom, mas só. Ele pegou cada um, olhou, cheirou, provou (acho que nem provou) e acabou jogando fora, um a um. Fez isso rapidamente, contra a minha vontade, já que não gosto de jogar nem comida, nem qualquer coisa que valha no lixo. Mesmo porque, produzir lixo, assim assim, não é comigo.
Não sei o que os canadenses andam comentando das quitandas do meu amigo por lá...

O Quitandas de Minas, receitas de família e histórias (o livro), tem um capítulo só com receitas de pão de queijo, mas vou deixar aqui hoje uma receita vinda diretamente da cidade do Serro, das mãos da D. Lucinha.
A cidade do Serro, no vale do rio Jequitinhonha é famosa por produzir o melhor queijo de Minas.

D. Lucinha, senhora conhecida pela maestria culinária, exportou seu know how da cozinha mineira e tem uma rede de restaurantes pelo Brasil afora, garante que com um quilo de polvilho dá pra fazer até 70 pães de queijo. E é essa a receita do pão de queijo da D. Lucinha:

1 kg de goma (polvilho)

1 copo de água
1 copo de gordura (oleo)
3 ovos
1 pitada de sal
400 g de queijo-do-serr0, ralado grosso - meia cura
leite, para dar ponto.

Pôr o óleo e a água para ferver. Escaldar a goma e misturar até esfriar. Despois de frio, colocar os ovos, um a um, sovando sempre. Pingar leite aos poucos e continuar sovando até dar o ponto de enrolar. Por último, colocar o queijo e misturar. Untar as mãos com óleo e enrolar. Levar para assar em forno pré-aquecido, por aproximadamente 20 minutos, dependendo da qualidade do seu forno.

Bom, nesse tempo - aliás, qualquer tempo- esse pão de queijo faz par perfeito com um café passado na hora.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O café


"Café o dia todo, mal esfriava no bule e se coava outro. Todos passavem café, Maria, Antônio e Nico. Sabia-se a diferença da autoria pelo adoçado, cada um, uma medida."









Del fuego, Andrea. Os malaquias. Ed. Língua geral, 2010.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Broinha de fubá


Outro dia fui passear na casa da roça onde moram os pais da Marilene. Como é roça, não tem pão de padaria todo dia, e nem precisa. A cada amanhecer, quando a gente senta para o café da manhã, ou à tarde, um café rápido entre uma prosa e outra, a gente sente logo um cheiro vindo do forno, um biscoito sendo frito no fogão à lenha, na hora. É sempre surpresa ao olfato e ao paladar. Da última vez que tive lá, acompanhei a feitura dessa broinha de fubá, que nem foi de fubá de canjica não, que é mais famosa e mais difícil de fazer, mas que ficou igualmente deliciosa. Segue a receita com permissão da D. Mariinha:

2 copos de leite

2 copos de água
2 copos de fubá de canjica
2 copos de farinha de trigo
1 copo de óleo
1 copo de açúcar
1 pitada de sal

Misturar todos os ingredientes e levar ao fogo até fazer um angu. Deixar esfriar. Colocar ovos até amolecer. Usa-se mais ou menos 8 ovos. A massa deve ficar um pouco mole. Para formatar as broinhas, coloque farinha de trigo numa xícara (seria melhor uma cabaça), uma porção de massa e modele, rodando a xícara. Depois despejar num tabuleiro untado e enfarinhado e levar para assar em forno quente, até dourar.


Nem precisa falar que, para a foto, tive que pegar o tabuleiro, colocar na janela e ajeitar as que sobraram, porque a meninada já tinha comido um monte, quente, assim mesmo. Ficaram deliciosas e acabou antes de esfriar!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Receita de pão

Dia 08 de julho é o dia de Santa Isabel, padroeira dos panificadores, e é por isso dia do padeiro. Achei esse texto lindo da Roseane Murray e resolvi colocar aqui. Viva o padeiro e seu pão tão bom, de todo dia, nos dai hoje e sempre!


Receita de Pão

É coisa muito antiga
o ofício do pão
primeiro misture o fermento
com água morna e açúcar
e deixe crescer ao sol

Depois numa vasilha
derrame farinha e o sal
óleo de girassol manjericão

Adicionado o fermento
vá dando o ponto com calma
água morna e farinha

Mas o pão tem seus mistérios
na sua feitura há de entrar
um pouco da alma do que é etéreo

Então estique a massa
enrole numa trança
e deixe que descanse
que o tempo faça a dança

Asse em forno forte
até que o perfume do pão
se espalhe pela casa e pela vida.


do livro
Receitas de Olhar, de Roseane Murray. São Paulo: Ed FTD, com ilustrações de Elvira Vigna. A foto é de uma padaria artesanal feita num lugarejo da região metropolitana de Belém (PA)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pão de queijo com abóbora

De acordo com a socióloga Mônica Chaves Abdala, o pão de queijo mineiro deve ter sido "inventado" lá pelos meados do século XIX e, a partir dai, passou a ser produzido e consumido regularmente, o que o tornou uma das quitandas típicas do estado, transformando Minas Gerais na "república do pão de queijo" quando o mineiro Itamar Franco assumiu a presidência da República em 1992.

Como dizia o diplomata Guimarães Rosa "Minas Gerais são várias. São pelo menos, várias Minas".

Seguindo essa prosa de muitas e variadas, de renovação permanente e, porque mineiro também é vanguarda, andando por aqui, sempre se acha novidades. Foi numa dessas andanças que encontrei mais uma receita do nosso famoso e já internacional pão de queijo, versão renovada com abóbora, essa maravilha que se encontra facilmente durante quase todo o ano. Certeza de boa combinação, segue a receita para que seja experimentada:


4 copos de polvilho doce
1 copo de óleo
1 copo de leite
1 copo de água
1 copo e meio de queijo minas curado ralado
150g de abóbora cozida e amassada
7 ovos

Levar ao fogo o óleo, o leite e a água até levantar fervura. Despejar essa mistura sobre o polvilho em uma vasilha. Misturar tudo. Acrsecentar a abóbora, os ovos e o queijo ralado. Continuar mexendo até amornar a massa. Com as mãos, amassar bem até o ponto de enrolar. Untar as mãos e fazer as bolinhas. Colocar no tabuleiro untado e levar para assar em tabuleiro médio pré-aquecido.



segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sonhos da Vovó


Quando estava fazendo o Quitandas de Minas, procurando as quitandas nos cadernos da Dinha Lete - claro que o caderno dela tem muito mais receitas, com letras de todo mundo, já que ela ficava mais por conta das panelas que das letras -, encontrei essa receita numa folha solta.

No verso da receita o que vi foi uma prova de latim,
datada de março de 1959, da tia Áurea, menina na época. Nem imagino que ano de escola ela poderia estar. Acho que no dia dessa prova, minha mãe ainda não tinha ideia que eu já estava a caminho, mas já estava! Minha avó só tinha um neto e seguramente queria uma neta, pra fazer um par, como eles costumavam dizer. Talvez tenha sido esse o "sonhos da vovó" e como esse sonho, ou bolinho é muito apreciado nos dias de chuva, também recebe o nome de Bolinhos de chuva, delícia também presente nas citações de Monteiro Lobato.

Segue a receita, espero que você goste!

Sonhos da Vovó

3 ovos
3 xícaras de farinha de trigo
1 pitada de sal
Leite na quantidade suficiente para dar consistência mole
1 colher (sobremesa) de fermento em pó
2 colheres (sopa) de açúcar.

Modo de fazer:

Bater as claras em neve. Juntar o sal, a farinha, o fermento, o açúcar e as gemas, uma a uma, misturando um pouco de leite. Depois de tudo batido, fritar as colheradas, em óleo bem quente, virando sempre até ficarem bem coradinhas. Passar em açúcar refinado com canela e servir ainda quente, de preferência acompanhado de um bom chá ou de um café passado na hora!


E se tiver chovendo, fica completo. É só prolongar a prosa enquanto a chuva não pára! Se a tarde estiver frita, serve pra acompanhar um café feito na hora.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Bolo ! O bolo


Você que acompanha esse blog já percebeu que sou adepta de produtos naturais, colhidos no quintal, e seus derivados: doces, bolos, biscoitos, cremes, mingaus, geleias... tudo feito em casa, com aquele ingrediente especial e variável que é a SUA maneira de preparar a receita, a partir das receitas que recuperei nos cadernos de família, receitas de mais de 100 anos!

Pois bem! Também sou uma pessoa dada aos livros, gosto de poesia, contos, crônicas ... Lendo o livro Meio intectual, meio de esquerda. de Antônio Prata, encontrei essa crônica, já publicada na net, que de uma maneira muito bem humorada explica o por quê da existência do Quitandas de Minas (livro e blog). O livro do Antônio Prata reúne outras crônicas hilárias. Vale a pena buscar o livro e se deliciar!



" Time is honey!

Poucas coisas neste mundo são mais tristes do que um bolo industrializado. Ali no supermercado, diante da embalagem plástica histericamente colorida, suspiro e penso: estamos perdidos. Bolo industrializado é como amor de prostituta, feliz natal de caixa automático, bom dia da Blockbuster. É um antibolo.

Não discuto aqui o gosto, a textura, a qualidade ou abundância do recheio de baunilha, chocolate ou qualquer outro sabor. (O capitalismo, quando se mete a fazer alguma coisa, faz muito bem feito).

O problema não é de paladar, meu caro, é uma questão de princípios. Acredito que o mercado de fato melhore muitas coisas. Podem privatizar a telefonia, as estradas, as siderúrgicas. Mas não toquem no bolo! Ele não precisa de eficiência. Ele é o exemplo, talvez anacrônico, de um tempo que não é dinheiro. Um tempo íntimo, vagaroso, inútil, em que um momento pode ser vivido no presente, pelo que ele tem ali, e não como meio para, com o objetivo de.

Engana-se quem pensa que o bolo é um alimento. Nada disso. Alimento é carboidrato, é proteína, é vitamina, é o que a gente come para continuar em pé, para ir trabalhar e pagar as contas.

Bolo não. É uma demonstração de carinho de uma pessoa a outra. É um mimo de avó. Um acontecimento inesperado que irrompe no meio da tarde, alardeando seu cheiro do forno para a casa, da casa para a rua e da rua para o mundo.

É o que a gente come só para matar a vontade, para ficar feliz, é um elogio ao supérfluo, à graça, à alegria de estarmos vivos. A minha geração talvez seja a primeira que pôde crescer e tornar-se adulto sem saber fritar um bife. O mercado (tanto com m maiúsculo como minúsculo) nos oferece saladas lavadas, pratos congelados, comida desidratada, self-services e deliverys. Cortar, refogar, assar e fritar são verbos pretéritos.

Se você acha que é tudo bem, o problema é seu. Eu vou espernear o quanto puder. Se entregarmos até o bolo aos códigos de barras, estaremos abrindo mão de vez da autonomia, da liberdade, do que temos de mais profundamente humano. Porque o próximo passo será privatizar as avós, estatizar a poesia, plastificar o amor, desidratar o mar e diagramar as nuvens. Tô fora."


falô e disse Antônio... Ainda vou tomar um café na sua casa, mas o bolo eu faço e levo, com prazer! Pode ser?
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Importante dizer: O bolo de cenoura da foto foi feito pela minha irmã das cenouras colhidas no sítio da minha mãe, que ela mesma plantou. A foto é de Pacelli Ribeiro, especialmente para o Quitandas de Minas, receitas de família e histórias, publicado pela Autêntica Editora.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Torta de cebola


Começo já falando, não sei se essa torta pode ser considerada uma quintanda, já que o café não é seu melhor acompanhante, mas achei essa receita, resolvi fazer e constatei que é uma delícia, então, compartilho com você, lembrando todas as boas propriedades nutritivas da cebola. Foi o prato principal do meu almoço. No mais completei com salada e pasta de grão de bico.
Ficou divino!


Torta de cebola

1 ovo
1/2 xícara de óleo
3/4 de xícara de leite
1 pitada de sal
1 colher (chá) de açúcar
1 cebola grande e mais 1/2 unidade para colocar em cima do pão (usei 2 médias)
1 colher (sopa) de fermento em pó
2 e ½ xícaras (chá) de farinha de trigo
50g de queijo parmesão ralado
Orégano, sal e pimenta do reino a gosto

Descascar as cebolas e cortar em fatias finas e pequenas. Reservar.

Numa vasilha, peneirar a farinha de trigo, o fermento, o sal, o açúcar e metade do queijo. Misturar bem. Acrescente a cebola picada miúda, o óleo, o leite e o ovo. Misturar tudo. Se achar que a massa ficou muito seca, acrescentar um pouco mais de leite. Despejar numa forma untada e polvilhada. Cobrir a massa com cebola fatiada. Polvilhar orégano, pimenta do reino, queijo ralado e regar com azeite. Levar para assar em forno pré-aquecido a 180º C , por aproximandamente 40 a 45 minutos ou até que as cebolas fiquem douradas. Espere esfriar um pouco, desenforme e sirva morno ou frio cortado em fatias grossas.

terça-feira, 31 de maio de 2011

A cebola

Estamos também na safra de cebola, alimento rejeitado por muitos, mas de grande valor nutricional e medicinal.

A cebola (Allium cepa L.) é originária do centro da Ásia. Foi trazida para as Américas pelos seus primeiros colonizadores, chegando ao Brasil a partir do Rio Grande do Sul.

A cebola apresenta efeitos medicinais como antioxidantes, antiinflamatório, protetor cardíaco, analgésico, antialérgico, anticâncer, antidiabético, antiúlcera, devido a presença de diversas vitaminas e abundantes sais minerais como enxofre, fósforo, silicatos, ferro, cálcio, iodo, sódio, magnésio e flúor.

O suco de cebola mata os micróbios graças ao seu grande poder desinfetante e curativo.

Comer cebola crua, especialmente crua, é um meio de se proteger contra enfermidades infecciosas. Base dos temperos, a cebola combinada oferece um sabor especial a quase todos os tipos de pratos, incluive quitandas, roscas, pães etc.

Auxilia nas defesas do organismo eliminando substâncias tóxicas através dos rins, por ser diurética. É indicada para abrir o apetite, regulariza enfermidades do estômago, é ótima contra prisão-de-ventre, inchaços, problemas de pele, garganta, ossos intestino.


A cebola faz chorar porque ao ser cortada libera um gás que produz um ardor. Em resposta a esta irritação, as glândulas lacrimais entram em ação para diluir e lavar a irritação. Para reduzir a libertação do gás é recomendável molhar as mãos e a cebola antes de cortá-la ou deixá-la na geladeira antes de cortá-la. O cheiro das mãos poderá ser eliminado com limão.


Eu volto com uma receita deliciosa feita tendo a cebola como base. Você volta também para conferir! ;-))

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Biscoito de laranja


As laranjas estão ai para nos trazer vitamina C e dar o frescor dos tempos frios e secos. Adoro laranja nessa época! E por acaso, vasculhando cadernos antigos de receitas achei esse biscoitinho que é fácil de fazer e também delicioso.
Bom pra acompanhar um café, passado na hora.

Lembro que essa era uma das variedades que a Dinha fazia montão e guardava nas velhas latas de biscoito. Ô delícia lembrar dessas coisas também. Segue a receita, numa medida menor , reduzida, já que a gente hoje em dia nem tem mais aquelas enormes latas de guardar biscoitos e nem tem aquela mesa grande, comprida, que tinha na casa da vovó. Receita adaptada para os dias atuais.

Biscoito de laranja

6 xícaras de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó
3 ovos
3/4 xícara de manteiga
1 xícara de açúcar
suco de 1 laranja
raspas da laranja
óleo ou manteiga para untar o tabuleiro
1 pitada de sal

Bater as claras em neve. Depois misturar as gemas, a manteiga e o açúcar. Bater bem. Colocar o suco de laranja e as raspas. - Prefira laranja seleta ou outra ácida-. Acrescentar a farinha de trigo, o fermento e a pitada de sal. Misturar tudo e amassar com as mãos até que a misture fique homogênea e começa a se soltar da tigela.
Com a massa, faça rolinhos e pique em pedaços de aproximadamente 2,5 cm, ou faça rolinhos mais finos e depois trance, que também ficam interessantes. Depois, é só colocar em tabuleiro untado e levar para assar em forno médio pre-aquecido, até dourar.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Gelado de limão


Aproveitando a safra e os baixos custos do limão, vamos a ele: Limão, parente próxima da laranja, é o fruto do limoeiro. Originário do sudeste da Ásia, era desconhecido para os antigos gregos e romanos. Foi trazido pelos árabes para a Europa, de onde se espalhou.

No século XVIII foram utilizados pela marinha britânica para combater o escorbuto, mas somente 1928 obteve aval científico que confirmava a grande presença de ácido ascórbico, mais conhecido como vitamina C, que combate essa e outras doenças.

No Brasil, popularizou-se durante a Gripe Espanhola, por volta de 1918, quando atingiu altos preços. Atualmente é uma das frutas mais conhecidas e utilizadas no mundo.

Rico em vitamina C, contém altas taxas de vitaminas do complexo B, vitamina A e sais minerais, como ferro, magnésio, potássio e fósforo. Suas aplicações na vida doméstica são inúmeras como produtos de limpeza, afugentador de insetos. Também é utilizado em fitoterapias. Como alimento é matéria prima para sucos, sorvetes, molhos, aperitivos, licores etc e tudo o mais que a imaginação permitir.


Uma receita básica e muito gostosa, para aproveitar a safra, lembrando que limão também ajuda em processos de emagrecimento:

Gelado de limão:
4 colheres (sopa) de suco de limão
1 envelope de gelatina em pó (sem sabor)
3 colheres (sopa) de adoçante em pó
1 pote de iogurte desnatado

Hidratar a gelatina com 3 colheres de água e levar ao fogo em banho-maria até amolecer. bater no liquidificador a gelatina, o iogurte, o suco de limão e o adoçante até ficar homogêneo. Distribuir em taças individuais (dá duas taças) e levar para gelar até endurecer. Quando for servir, decorar com raspas de limão.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Biscoito de Coco


Monteiro Lobato era a voz do interior, valorizava a culinária caipira, as frutas, os costumes, a cultura nacional cheia de contradições e coisas bizarras, como comer iça torrado, (içá = fêmea da saúva), hábito que era como um ritual para os índios e foi incentivado pelos padres jesuítas, preocupados com os estragos causados pelos insetos nas plantações, por exemplo, que o escritor considerava um tira-gosto sui generis, um caviar da gente tautabeana.

No universo do Sítio do Pica-pau Amarelo, Tia Nastácia, simpática personagem era a cozinheira de mão cheia. Dizia: “nasci no fogão e no fogão hei de morrer”. Fazia vários pratos, de um jeito tão especial que até personagens mitológicos se rendiam aos encantos de suas iguarias. Narizinho, Emília e Pedrinho se fartavam. Emília queria ser gente, já que boneca não come, só para se deliciar como as crianças.

Já que estamos na safra de coco, deixo mais uma receita de Biscoitos de Coco, também dos cadernos de Purezinha.

½ kg de farinha de trigo

150g de açúcar
125g de manteiga
1 coco ralado
2 ovos
1 colher (sopa) de fermento em pó

Para fazer é bem simples: misturar todos os ingredientes, fazer os bolinhos e levar para assar em tabuleiro untado em forno quente.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Jeca tatu, homem rural criado por Monteiro Lobato

Depois de criar o Jeca Tatu, um homem fraco, ignorante e doente como um representante da população rural e criticar o abandonado do homem do campo pelos poderes públicos no livro Urupês, em 1918 Monteiro Lobato, que se torna em 1924, amigo de Candido Fontoura, fabricante do Biotônico Fontoura resolve transformá-lo em garoto propaganda para reverter o quadro criando o personagem radiofônico Jeca Tatuzinho, que ensinava noções de higiene e saneamento às crianças e à população em geral.

O criador do Sítio do Pica-pau Amarelo recebia caixas e mais caixas do Biotônico Fontoura que conforme rótulo era: “proctetor da saúde – afamado remédio que produz força, vigor e robustez defendendo o organismo das enfermidades que se originam da fraqueza orgânica.”

Em sua casa, esse fortificante era misturado à gemada era dada a seus filhos regularmente, principalmente quando estavam doentes e também oferecido às visitar como se fosse um “licor maravilhoso” e ninguém desconfiava de nada.

Segue mais uma receita retirada do livro À mesa com Monteiro Lobato de Márcia Camargos e Vladimir Sacchetta organizado a partir do caderno de receitas de D. Purezinha, caderno vermelho que guardou as mais tradicionais receitas do interior do Brasil. E como estamos em maio, tempos de noivas e casamentos, vai ai um...

Espera –marido

1 litro de leite cru

3 copos de açúcar
2 claras
4 gemas

Canela para polvilhar


Numa vasilha, misturar o leite com o açúcar. Bater as claras em neve e juntar as gemas , batendo um pouco mais. Despejar os ovos batidos sobre o leite adoçado e levar ao fogo brando. Deixar no fogo até engrossar, sem mexer. Quando engrossar, tirar do fogo e deixar esfriar. Polvilhar com canela.