quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O mineiro e o queijo


Uai, cê sabe que o Quitandas de Minas, esse blog, é mineiro, né? Bem mineiro mesmo!

Mineirim da gema, como a gente diz por aqui. Cê sabe também que mineiro fala assim, comendo pedaços das palavras, dizem que porque no tempo da Inconfidência Mineira era preciso guardar segredos, falar entre dentes, não ser tão explícito. Talvez por necessidade de falar pouco, os mineiros começaram a escrever muito. Mineiros são bons de memórias e de literaturas. De mineiros memorialistas a gente tem um montão: Pedro Nava é o maior.

Na literatura, nem dá pra listar entre tantos poetas, contistas, cronistas, romancistas: Henriqueta Lisboa, Adélia Prado, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Fernando Sabino, Roberto Drummond, Murilo Rubião, Affonso Ávila, Silviano Santiago, Ana Elisa Ribeiro, Lúcio Cardoso, Adão Ventura, Antonio Barreto, Zuenir Ventura, Olavo Romano, Sérgio Fantini, Henfil ... vou parar por aqui, porque vim aqui foi pra falar de queijo.

Cê já viu mineiro sem queijo? Não existe.

Procê ter uma ideia, o primeiro livro que lembro de ter lido na minha vida foi o Rique Roque, um ratinho que queria beber a lua, porque achava que a lua era um queijo. Foi meu encantamento com as literaturas... até hoje vivo nesse encantamento.

Mas mineiro é bom de literaturas, de queijo e também de cinema: Humberto Mauro é mineiro de Cataguases, uai, vem me dizer que cê num sabia?
Acontece que Helvécio Ratton (diretor de: A dança dos Bonecos, Amor & Cia, O menino maluquinho, Batismo de sangue, Uma onda no ar) é de Divinópolis e acaba de fazer um filme sobre o mineiro e o queijo. O nome do filme é esse mesmo: O Mineiro e o queijo, que entra em cartaz agora em setembro, chegando com a primavera (23 de setembro) em Belo Horizonte e depois roda o Brasil, com certeza vai a Festivais de Cinema pelo mundo afora.

O filme O mineiro e o queijo foi filmado na cidade do Serro, na serra da Canastra e do Alto Paranaíba, onde o queijo minas continua sendo produzido como há séculos; feito a partir do leite cru, como os melhores queijos da Europa. Conta ao público como a técnica de produção artesanal de queijo chegou a Minas no século XVIII, trazida por aventureiros portugueses em busca de ouro.

Mas isso você não sabia: O queijo minas artesanal é um patrimônio ameaçado por leis anacrônicas e pelo lobby dos grandes laticínios.

De forma poética, o filme O mineiro e o queijo coloca na tela as opiniões de produtores, pesquisadores e técnicos sobre o impasse em que está hoje o verdadeiro queijo minas.
É um documentário de 72 minutos de duração

Clique no nome do filme e veja trailler, fotos, o que saiu na imprensa, ouça as trilhas sonoras e o mais importante: vá ao cinema. Na telona, as paisagens mineiras ficam mais bonitas e o sotaque acaba virando música no seu ouvido.

E atenção: Se você escrever pra mim rapidim, eu tenho dois ingressos pra assistir o filme de graça - Ói que bão! Fica assim: os ingressos são das duas primeiras pessoas que escreverem aqui nesse blog, que postarem comentário, combinado? Tá valendo já!


(crédito das fotos: as 3 primeiras são de Pacelli Ribeiro, o mesmo que fez as fotos do livro Quitandas de Minas, receitas de família e histórias, a de Helvécio Ratton é de Ricardo Lima e a dos produtores de queijo de Gilberto Otelo)

7 comentários:

  1. Estou na fila, com certeza irei ver o filme. Só que em vez de pipoca tem que ter queijo mineiro e Quitandas de Minas.
    Abraços, Rosaly.

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  2. Querida Rosaly: não vim aqui em busca do ingresso, mesmo porque moro em Niterói(RJ), mas com certeza quando o filme passar aqui vou assistir! Vim prá te dizer que só outro dia pude provar o gostinho desse queijo artesanal, pois alguém me trouxe. Nem pensei 2 vezes em encomendá-lo, pois tinha muita vontade mesmo de prová-lo! Infelizmente ele não chega aqui em nossa cidade - sorte a sua ter esse queijo maravilhoso (opinião após prová-lo, rsrs)na sua terra!
    Um beijo grande,
    Sandra Bylaardt.

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  3. Oi Sandra, mande seu nome completo e endereço. Claro que o filme chega a Niterói e acho que vc tem sim o direito ao ingresso. Quanto ao queijo minas artesanal não chegar a Niterói - isso também o filme discute - Vale a pena assistir e continuar acessando também o Quitandas de Minas, né, uai.
    Sabe que levei o nosso queijo pra Amsterdã e fiz lá um pão de queijo bem mineirinho???
    Emerson: você já ganhou o ingresso. Preciso dos seus dados. Abraços a todos

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  4. Bethânia Castro22 setembro, 2011

    que delícia, rosaly! tinha acabado de ler sobre quando vi seu delicioso blog falando do filme. vou assistir, com certeza! eu sou que nem o ratinho (também li essa história quando era pequena) que acha que a lua é queijo. amo!

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  5. Adorei!!! Que saudade desse sotaque e esse jeitim mineiro e de um bom queijo! Aqui pelas terras do sul ainda num encontrei queijo bão, viu, sô?
    E quando vi o trailer do filme, há um tempim atrás, pensei mesmo, pode mineiro viver sem queijo? Pode não...tô quase morreno...rsrs. Bjus, querida!

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  6. Luiza Clementino25 setembro, 2011

    Eu quero muuuito um ingresso!!! Sou do Serro e meu tio esta neste documentario e adoraria poder assisti-lo. Moro em BH ha alguns anos e quero matar a saudade da minha cidade!!!! luiza.vasconcelos@gmail.com

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